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A vitória rápida e ampla de Donald Trump marcou o resultado da eleição dos Estados Unidos nesta quarta-feira (6). O republicano venceu tanto nos votos populares quanto em número de delegados — pela primeira vez em 20 anos (entenda diferença mais abaixo).
Trump abocanhou todos os estados-chave, aqueles decisivos para o resultado da eleição, segundo projeção da agência de notícias Associated Press, e ainda avançou em redutos tradicionalmente democratas.
O desempenho, após meses de pesquisas que apontavam uma disputa acirrada e um cenário incerto, surpreendeu o próprio comitê de Donald Trump, segundo o jornal “The New York Times”.
Veja por que Trump teve um dos desempenhos mais folgados dos últimos anos nos EUA a partir dos tópicos abaixo:
O candidato republicano venceu em duas frentes: tanto no número total de votos populares quanto no Colégio Eleitoral, o sistema de contagem de votos que é utilizado pelos EUA para declarar um vencedor.
Até a última atualização desta reportagem, Trump havia conquistado 292 delegados, 22 a mais que o número necessário para se eleger (veja tabela acima). Na votação popular, o republicano havia conquistado 71.859.582 votos, mais que os 66.990.141 votos de sua adversária, a democrata Kamala Harris.
Havia 20 anos que um candidato republicano não tinha uma vitória “dupla” — a última vez que isso aconteceu foi quando o ex-presidente George W. Bush se elegeu, em 2004.
Na prática, vencer nas duas frentes não faz diferença para a eleição de um candidato. Mas o desempenho duplo tem também um peso simbólico: mostra que o republicano teve também apoio amplo da população, e não venceu apenas por meio dos complicados cálculos da eleição norte-americana.
Nos EUA, é apenas o número de delegados — espécies de representantes dos eleitores que refletem o resultado dos votos populares — que determina quem vencerá o pleito. Cada estado tem um número específico de delegados, e todos eles vão para o candidato que tiver o maior número de votos em cada estado.
Por isso, pode acontecer de um candidato ter mais votos de eleitores, mas perder na contagem de delegados.
Foi exatamente o que ocorreu na primeira vitória de Trump, em 2016. Na ocasião o republicano derrotou a então candidata democrata, Hillary Clinton, apenas no Colégio Eleitoral. Ou seja: a democrata conquistou mais votos numericamente — se os EUA tivessem uma eleição direta, como o Brasil, Hillary teria vencido.
Neste ano, pesquisas de intenção de voto sugeriam que o mesmo poderia acontecer. Na maioria delas, Kamala aparecia ligeiramente à frente de Trump nas intenções de voto nacionais, mas em situação de empate técnico nos estados-chave.
GIF resultado das eleições nos EUA. — Foto: arte/ g1
Trump, segundo projeções, também deve vencer em todos os estados-chave — os estados onde não há uma tradição de preferência por um ou outro partido, e o voto varia de acordo com cada eleição. Por isso, esses sete estados — Carolina do Norte, Georgia, Wisconsin, Michigan, Arizona, Nevada e Pensilvânia — acabam atraindo quase toda a atenção.
Desde que Kamala Harris assumiu a candidatura do Partido Democrata no lugar de Joe Biden, que desistiu da corrida eleitoral, as pesquisas de intenção de voto vinham apontando uma situação de empate nos sete estados-chave.
Alguns levantamentos apontavam uma ligeira vantagem de Trump em alguns deles, mas ainda dentro da margem de erro.
O resultado mostrou que a vantagem do republicano era real não só em alguns, mas em todos os estados-chave: Trump já venceu cinco dos sete deles. Os outros dois, Nevada e Arizona ainda estavam em apuração até a última atualização desta reportagem, mas a Associated Press indicava que o republicano levará a melhor.
O desempenho de Trump também foi melhor que o previsto e que em eleições anteriores nos estados tradicionalmente democratas.
Apesar de Kamala Harris ter vencido a corrida deste ano nesses estados, a margem com Trump foi menor que a esperada. Foi o caso de Virginia, Minnesota e Novo México.
Na maioria dos estados democratas, Trump superou seu desempenho em 2020, quando perdeu para Joe Biden.
Dos subúrbios dos principais centros urbanos dos Estados Unidos saíram os primeiros sinais de que o desempenho de Trump nos redutos democratas poderia ser melhor que o esperado.
Historicamente, subúrbios mais ricos e com melhores níveis de educação de cidades como Kansas City, Phoenix e Nova Orleans, capitais de estados republicanos, votam pelo Partido Democrata.
Este ano, no entanto, o apoio desses distritos para Kamala Harris foi o menor que o esperado, em um sinal de perda de força do partido nestas eleições.
Donald Trump na convenção republicana em Milwaukee, em Wisconsin, em julho de 2024. — Foto: Evan Vucci/AP
Coincidentemente, foi com os delegados de Wisconsin, onde os republicanos concentraram esforços durante a campanha, que Trump garantiu a vitória nesta eleição.
Justamente o resultado de Wisconsin, um dos sete estados-chave, que fez com que o republicano conquistasse o número mínimo de 270 delegados para vencer o pleito.
Em 2016, Trump perdeu no estado por uma margem apertada para Biden. Desde então, o Partido Republicano traçou a estratégia de tentar reconquistar os eleitores de Wisconsin. Exatamente por isso, a Convenção Nacional da sigla aconteceu lá, em julho.
Do portal G1.